Um bloco de 14 mil quilômetros quadrados se desprendeu da plataforma de gelo Wilkins, na península Antártica, como "consequência do aquecimento global".
Os gigantescos icebergs começam a se dispersar pelo Oceano Antártico, informou nesta terça-feira o Conselho Superior de Pesquisas Científicas espanhol (CSIC).
Uma equipe de pesquisadores do CSIC analisa, desde o domingo passado, a bordo da embarcação de pesquisa oceanográfica Hespérides, o impacto do evento sobre o ecossistema do Mar de Bellingshausen (a oeste da península Antártica).
Segundo os cientistas, o desprendimento e a fragmentação do enorme bloco de gelo produzirá um consequente aumento do nível do mar.
O pesquisador do CSIC Jordi Dachs disse que estão sendo constatadas evidências de uma produção biológica muito elevada na região onde que está recebendo os gelos libertados. "A presença de fauna é muito abundante, com a maior concentração de baleias jubarte e focas-leopardo que encontramos até o momento. Além disso, detectamos concentrações muito baixas de CO2 na água marinha, o que sugere que o aumento de penetração da luz e os materiais liberados pelos icebergs fertilizam o oceano", afirmou.
A plataforma Wilkins é uma grande superfície permanente de gelo sobre o mar localizada a sudoeste da península Antártica, a uma distância de cerca de 1.600 quilômetros do continente americano. Nos últimos 50 anos, a península Antártica experimentou o maior aumento de temperatura registrado no planeta: 0,5 grau centígrados por década.